E as montadoras seguem eliminando, aos poucos, as opções de carros compactos, que estão sendo substituídos por SUVs, como mencionamos nesta matéria sobre o Renault Kardian. A Stellantis, dona de várias marcas, entre elas a Fiat, anunciou o início da produção da picape média Titano. De dimensões mais avantajadas que as “irmãs” Strada e Toro, ela vai tentar ocupar uma fatia de mercado em que a montadora não atuava e onde estão pesos pesados como Toyota Hilux, Chevrolet S10 e Ford Ranger.
Segundo a Stellantis, o veículo será o primeiro do que ela chama de “hub de picapes” no Polo Automotivo Stellantis da cidade argentina de Córdoba. O principal foco da unidade será a exportação dos modelos para toda a América Latina. “Trata-se da primeira picape produzida como parte de uma nova família de veículos, prevista no investimento de R$ 2 bilhões anunciado para o ciclo de 2025 a 2030”, diz a empresa.
Também será produzido, no local, o motor MultiJet 2.2 a diesel, que já equipa outras modelos do conglomerado, como a Fiat Toro e a picape grande Rampage e o Jeep Comander. De acordo com a Stellantis, a implementação desse projeto demandou um investimento de R$ 2 bilhões, destinados a novos componentes, motores e à criação de 1.800 novos empregos.
Assim como as concorrentes, a Titano tem uma versão de entrada “pé de boi”, ou seja, com câmbio manual e sem adereços externos. Esse tipo de veículo se destina principalmente a frotistas e empresas com demandas de carga mais pesada. O que chama a atenção é que o preço é bem mais em conta: a partir de R$ 220 mil. A Hilux equivalente, por exemplo, fica em torno de R$ 270 mil. E a Ranger, R$ 264 mil.
Stellantis também anuncia novidade na Jeep
Ainda sobre lançamentos da Stellantis, a empresa está celebrando, em 2025, uma década de produção no Brasil, com mais de 1 milhão de SUVs vendidos. E aproveitou a data para o Jeep Avenger, que será produzido e comercializado no País a partir de 2026.
Ele é um compacto que já existe em outros países (confira as versões disponíveis em Portugal). Embora não tenha dito muita coisa sobre o carro, a Stellantis deixou claro que não virá para substituir nenhum. Segundo a empresa, “o modelo chegará para completar a gama nacional da Jeep, e vai conviver no mercado ao lado do Renegade, Compass e Commander”. Na Europa, o Avenger tem várias versões de motorização: térmica, híbrida (não plug-in, ou seja, sem possibilidade recarga externa) e 100% elétrica.
Não foram divulgados os dados de propulsão do veículo produzido no Brasil. Por aqui, já existem modelos híbridos da Stellantis, mas até agora nenhum totalmente eletrificado. Seria o Avenger um divisor de águas? Considerando nossa realidade, é pouco provável.
Um dado interessante sobre o Avenger é que, pelo menos na versão europeia, a capacidade do porta-malas é de 380 litros. O Renegade, que ficaria acima dele na tabela de preços, tem apenas 320 litros de capacidade. Logo, pode-se concluir que para ganhar do “irmão” ele precisa ter uma nova versão, mais espaçosa. Veja esse comparativo de dimensões entre Avenger (tomando como referência o modelo europeu) e o Renegade atual: o primeiro tem até 1,53 m de altura, 4,08 m de comprimento e 1,81 m de largura. Já as do Renegade são, respectivamente, 1,69 m, 4,23 m e 1,81.
Sobre preços, outra informação que a Stellantis não divulgou, o Avenger mais barato em Portugal custa a partir de 28.250 euros, algo como 180 mil reais. Hoje, o Renegade mais em conta no Brasil sai por aproximadamente R$ 120 mil. A ver como será esse reordenamento de valores quando o novo modelo chegar por aqui.