Se um dos maiores desafios para o setor automotivo, em relação aos veículos elétricos, sejam carros ou motos elétricas, é a recarga da bateria, geralmente mais demorada que um abastecimento de combustível, por que não fazer apenas a troca do componente descarregado por outro, com carga cheia, em um posto? Em pelo menos um caso, felizmente, a resposta para esse questionamento veio em forma de solução.
A Voltz, empresa de motos elétricas que atua no mercado desde 2019, criou um programa com estações de trocas de bateria que, segundo ela, “torna o produto mais acessível e acaba com a limitação de autonomia, considerada um desafio para acelerar a transição dos modelos a combustão”.
A Voltz afirma que suas motos elétricas de baterias recarregáveis possibilitaram, desde março deste ano, o “sequestro” de 30 toneladas de emissões de CO2 da atmosfera. Para quem não está familiarizado com o termo, “sequestro” de carbono é o nome dado ao processo de remoção do CO2 da atmosfera. Ele é feito normalmente na natureza: uma floresta, por exemplo, faz o trabalho regularmente através da fotossíntese da vegetação que a compõe.
Já no mundo industrializado foi desenvolvido o conceito de “sequestro” artificial de carbono, ou seja, empresas que, de alguma forma, conseguem reduzir as emissões de gás carbônico. Uma delas, obviamente, é o uso de veículos elétricos no lugar dos equivalentes a combustão. E tendo um processo que facilita a vida dos consumidores, como a troca de baterias em locais específicos, é um ponto a mais para empresas como a Voltz. “Quem utiliza as motos elétricas da Voltz não precisa se preocupar com a quantidade de dióxido de carbono (CO2) que é jogada na atmosfera”, diz ela.
O programa de troca das baterias está em funcionamento na cidade de São Paulo, que conta hoje com 55 estações. De acordo com a Voltz, a meta é fazer esse número chegar a 100 até o fim do ano. Atualmente são realizadas 1.400 operações semanais, com um acumulado de 14.159 ações desde abril, quando o projeto começou. O teste está sendo feito por entregadores da plataforma de entregas do aplicativo Ifood.
Promessa de motos elétricas sem recarga pelo Brasil
A partir de 2023, promete a fábrica, o projeto chega para o público em geral na capital paulista. “Ou seja, quem comprar um modelo da Voltz, poderá escolher não levar a bateria junto. Nesse caso, será disponibilizado um plano de assinatura que possibilita a troca dessas células. Cada moto da Voltz comporta até duas baterias. E, quando uma fica sem energia, o usuário pode se deslocar até uma das estações para fazer a troca”, explica a companhia.
“Apesar dos excelentes resultados, entendemos que ainda estamos no início deste projeto. Para o próximo ano, temos a expectativa de multiplicar em 100 vezes o número de estações pelo Brasil”, afirma Manoel Fonsêca, sócio e CMO da Voltz. De fato, é preciso encarar a realizada, em relação ao impacto do projeto. Em um país continental como o Brasil, só se gigantes do setor, como Honda e Yamaha, criassem programas similares com motos elétricas nós teríamos (em médio prazo) uma mudança significativa no tipo de veículos de duas rodas usados no País.
Para quem não conhece bem a marca, a Voltz tem em sua gama os seguintes produtos: o scooter EV1 SPORT, com preço de R$ 14.990,00, a moto EVS, por R$ 19.990,00, e a moto EVS Work, que sai por R$ 16.490,00. Há também o Cicle, um triciclo de carga, mas o preço não está disponível no site oficial.
Depois do mercado paulistano, a Voltz anuncia a meta de expandir o projeto para outras capitais do Brasil, como Recife, Salvador, Belo Horizonte e Brasília – tudo a partir de 2023. É esperar e torcer.