Fórmula 1 – veja detalhes técnicos das mudanças para temporada 2022

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Um laboratório para o automobilismo mundial, a Fórmula 1 é responsável por várias inovações que hoje equipam carros de passeio. Dentre elas estão, por exemplo, o computador de bordo, a suspensão ativa, a transmissão automatizada e as carrocerias com fibra de carbono. Mas como sempre acontece em ambientes com muito experimentalismo, existem criações que podem não dar muito certo e acabam sendo abandonadas ou tendo seu uso adiado.

Um exemplo disso pode ser citado entre o conjunto de mudanças da competição de 2022, em relação às regras da temporada do ano passado. A organização definiu que a partir de 2026 os motores dos carros irão abolir uma unidade chamada MGU-H (a sigla vem de Motor Generator Unit – Heat), cuja função é gerar energia elétrica a partir do calor do escapamento para alimentar um motor elétrico e, com isso, aumentar a potência total do veículo. Se você quiser saber mais sobre o módulo, a Mercedes-Benz foi uma das equipes que o desenvolveu bem.

Esse módulo começou a ser desenvolvido a partir de 2014 quando, pressionada pela onda ambientalista mundial que tem os motores a combustão entre os grandes vilões do planeta, a Fórmula 1 implantou a tecnologia híbrida em seus modelos de corrida, para que eles se tornassem menos poluentes. Mas o uso do MGU-H foi abolido por ser complexo, caro e deixar as equipes em condições desiguais, já que algumas souberam desenvolver e usá-lo muito bem, e outras não tiveram o mesmo sucesso.

Com isso, já a partir de agora as atuais equipes não precisam mais gastar pequenas fortunas em estudos com o MGU-H. E a organização da Fórmula 1 espera atrair novas grandes marcas para participar de suas corridas, agora que elas sabem não ser mais preciso esse investimento. Em médio prazo, a partir da temporada deste ano, a expectativa é aumentar o número de competidores e deixa-los em situação mais equilibrada e com menos custos.

Também pensando na competitividade, a Fórmula 1 decidiu, já para a temporada de 2022, alterar o design dos carros – especialmente as peças que mais influenciam a aerodinâmica. Começando pela asa dianteira (aquele “bigode” bem característico dos carros), ela foi projetada para ser mais simples que a do carro antecessor, com placas terminais mais altas, mas com elementos menos complexos.

O principal objetivo da mudança é erradicar um fenômeno chamado “vórtice Y250”. Trata-se de um fluxo de ar intencionalmente direcionado para as laterais do carro com o objetivo de evitar que ele vá para espaço entre o piso e o solo, o que prejudica a aderência e a estabilidade. Esse direcionamento, no entanto, acabava criando uma corrente de ar na traseira, prejudicando o desempenho na corrida. Vale ressaltar que com o fim desse fluxo para as laterais, elas próprias deixaram de existir nos carros, da forma que eram. Com o regulamento de 2022, esses componentes da carroceria passaram a ser proibidos.

Fórmula 1 - veja detalhes técnicos das mudanças para temporada 2022

Na asa traseira, também houve mudança com o objetivo de evitar fortes fluxos de ar. Por isso, as placas que formam a peça passaram a apresentar ângulos mais suaves (ao invés dos anteriores, que eram em torno de 90 graus). Isso reduziu a quantidade de fluxo nos cantos da asa, fenômeno que trazia muito “ar sujo”, nome dado à turbulência que o carro leva para o competidor que está atrás. Esse “ar sujo”, diminuía as chances dele fazer uma ultrapassagem – o que prejudicava a competitividade.

Já em relação à parte de baixo do carro, saiu o piso reto, usado na temporada 2021, e entraram dois túneis que criam áreas específicas para a passagem do ar, fazendo com que ele acelere e crie uma zona de baixa pressão que puxa o carro para baixo. Isso aumenta o desempenho e também ajuda o carro de trás, dispersando melhor o ar.

Por uma Fórmula 1 menos poluente

Por fim, para seguir dando satisfação à sociedade em relação ao meio ambiente, a Fórmula 1 resolveu aumentar o percentual de combustível sem origem no petróleo que é usado pelos motores. Até 2021, 5,75% do que era queimado vinha de biocombustível. Para este ano, serão 10% de etanol na mistura. Além disso, os modelos seguem com a tecnologia híbrida através de um motor elétrico sendo alimentado pela energia dos freios, a exemplo do que acontece nos carros de passeio.

 

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