Compressor do ar condicionado – Todo proprietário de veículo que precisou um dia de serviços de um borracheiro provavelmente já viu um aparelho, geralmente barulhento, usado para encher pneus e câmaras de ar. Trata-se de um compressor, componente cuja função é sugar o ar da atmosfera e mantê-lo sob pressão em um reservatório para que esse ar tenha força suficiente para entrar nos pneus.
Pois bem, caro leitor, nem só de compressores de borracharias vivem os automóveis. Como quase todos os que circulam hoje têm ar condicionado, os compressores também estão lá junto ao motor, trabalhando silenciosamente para garantir que a cabine fique sempre em temperatura agradável. A diferença em relação aos de borracharia é que esses compressores dos carros funcionam em condições mais adversas. Vamos falar um pouco sobre eles.
O compressor do ar condicionado automotivo se baseia em um princípio simples da Física: toda vez que um gás se expande, ele libera calor e se resfria. Portanto, o que o sistema do ar condicionado faz é prender sob pressão um elemento chamado r134a, um gás do tipo hidrofluorcarbono, para que ele, ao se expandir, resfrie e faça cair a temperatura do ar que vai entrar na cabine do carro.
Quanto mais o carro andar e quanto mais quente for o lugar em que ele está rodando, maior será o esforço do compressor do ar condicionado. Internamente, ele tem componentes mecânicos que vão fazer esse trabalho, e os mecanismos podem ser diferentes, dependendo do tipo de equipamento. Os mais comuns são os que usam pistões (parecidos com os que se movimentam no motor) e os do tipo scroll, onde existe uma espécie de caracol de metal.
Em ambos os casos, a função é a mesma: sugar o gás para colocá-lo sob pressão e liberá-lo para que possa se expandir e esfriar. Nos motores a combustão, geralmente o compressor do ar condicionado está ligado ao eixo do motor. Por isso que em carros menos potentes (geralmente os que são 1.0) o motorista percebe a perda de força no instante em liga o ar condicionado e isso não acontece com os modelos que têm motores maiores.
Com a evolução tecnológica já existem compressores que trabalham com motor elétrico. Com isso, eles não dependem das rotações do motor. Um compressor desse tipo é mais vantajoso em relação aos tradicionais, porque funciona de forma independente e, no caso dos veículos movidos a combustível, não rouba potência e proporciona redução no consumo.
Compressor do ar condicionado precisa de cuidados
Independentemente do tipo, no entanto, uma coisa precisa ficar clara: o compressor do ar condicionado funciona em conjunto com os outros componentes do sistema e sofre influência deles em seu funcionamento. A vida útil do equipamento é longa, mas é preciso fazer a manutenção correta de todo o sistema, observando o período correto de troca de filtro (pelo menos a cada seis meses) e levando para uma oficina ao menor sinal de que o ar não está gelando como antes, para saber se existem vazamentos do gás ou o compressor está perdendo a força.
Por seu funcionamento um pouco complexo, com muitos elementos trabalhando de forma constante, e pela necessidade de ter componentes com alta resistência e durabilidade, o compressor do ar condicionado é considerado o “coração” do sistema de refrigeração. E isso, obviamente, se reflete no custo: ele é a peça mais cara de todo o sistema. O compressor de um ultracompacto como o Fiat Mobi, por exemplo, tem preço médio de mais de mil reais. Já o de um modelo de luxo como um Audi pode chegar a aproximadamente R$ 5 mil. Por isso, todo cuidado é pouco com o componente.