Caro leitor, se você tem um carro com motor a combustão certamente sabe que ele tem uma bateria que garante o funcionamento de vários componentes elétricos. E se for mais atento e curioso sobre seu veículo, também sabe que essa bateria tem chumbo como um dos principais componentes. Mas sobre as baterias tracionárias, você já ouviu falar? Bem, com a tendência que parece irreversível do uso de motores elétricos, seja em carros 100% movidos dessa forma ou em sistemas híbridos, esse componente deverá ser citado com mais frequência. Por isso, vamos detalhar, a seguir, os principais tipos de baterias do segmento automotivo.
Começando pelas baterias de chumbo-ácido, elas ainda são as mais comuns, porque equipam os veículos com motores a combustão que ainda são maioria no mundo. Elas existem desde meados do século XIX, e têm resistido até hoje principalmente por usarem uma tecnologia simples, barata e eficiente. Elas só evoluíram para durar mais e ficarem mais eficientes, mas os princípios de funcionamento são os mesmos.
Baterias cada vez mais potentes
Uma das mudanças significativas das baterias convencionais veio com a era das baterias seladas, que não têm necessidade de reposição periódica de água, que as mais antigas apresentavam. Além da comodidade, elas trouxeram o benefício do aumento da vida útil: enquanto as que precisavam de água duravam um ano e meio, em média, uma selada pode chegar aos três anos.
Este progresso tecnológico, no entanto, não foi suficiente para dar conta da demanda cada vez maior pela bateria nos carros modernos. Muitos deles substituíram o funcionamento mecânico dos componentes pelo elétrico, para garantir mais eficiência e reduzir o consumo de combustível. Um exemplo disso é a direção, que antigamente só tinha um dispositivo hidráulico para lhe dar leveza e hoje, em muitos carros, tem um motor movido a eletricidade.
Foi por isso que surgiram novas tecnologias, nas baterias tradicionais, para deixa-las ainda mais duráveis, resistentes e com boa resposta às demandas. Elas são a AGM (do inglês Absorbent Glass Mat) e a EFB, do inglês Enhanced Flooded Battery (Bateria Inundada Melhorada). Os dois sistemas agem de forma diferente, mas com um objetivo único: otimizar as reações químicas no interior da bateria. Mas elas seguem usando basicamente os mesmos elementos das baterias, desde que elas foram criadas nos anos 1800.
Já a maioria das baterias tracionárias usa como base principal o lítio, ao invés do chumbo. Sua principal vantagem é ser um metal leve, ou seja, seus átomos são pequenos. Por isso, é capaz de armazenar maior quantidade de energia ocupando pouco espaço. Além disso, ele tem um elevado eletropotencial, ou seja, capacidade de ganhar ou perder elétrons. Para se ter ideia, enquanto uma bateria de chumbo convencional consegue 30 a 40 watt-hora (unidade que mede a quantidade de energia para alimentar uma carga com potência de 1 Watt durante o período de 1 hora) por kg, uma bateria tracionária de lítio trabalha em uma faixa de 100 a 300.
Isso explica porque a bateria tracionária consegue, durante várias horas, realizar a difícil tarefa de movimentar um carro com centenas e até milhares de quilos. Mas vale ressaltar que ela (ou um conjunto delas, como acontece em alguns veículos) é bem maior e mais pesada que uma convencional de chumbo. E falando sobre essa última, um fato curioso é que ela é segue tão confiável que é possível encontrá-la em modernos carros 100% elétricos. Isso acontece porque, devido exatamente a essa segurança que traz, cabe a ela responder por itens como faróis, vidros elétricos e sistema de som, poupando a principal dessa tarefa.
Em resumo, o futuro do automobilismo, independentemente das soluções que sejam desenvolvidas para os propulsores dos veículos, passa pelas baterias. Por isso nossa dica é que enquanto você ainda tem seu carro a combustão com uma bateria simples de chumbo, aproveite que ela é barata e cuide bem, para já ir treinando quando precisar lidar com uma bem mais cara e complexa.