Biometano e combustíveis renováveis – A Toyota do Brasil irá levar uma picape Hilux movida a biometano para a 30ª edição da Agrishow, uma das maiores feiras de tecnologia agrícola do mundo que acontece entre os dias 28 de abril e 2 de maio, em Ribeirão Preto (SP). O biometano é um combustível renovável derivado do biogás, que pode ser produzido a partir de quaisquer matérias orgânicas, incluindo os resíduos da agropecuária. Trata-se, portanto, de um combustível com alto potencial, uma vez que pode ser gerado em biodigestores em áreas rurais ou mesmo em grandes usinas de cana-de-açúcar.
Segundo o Ministério das Minas e Energia (MME), o potencial de produção de biometano no Brasil, a apenas partir da biomassa residual do setor de cana-de-açúcar, é de chegar a 3,3 bilhões de m³ em 2034. Isso representa, segundo o órgão, 39% da demanda da agropecuária por diesel vindo do petróleo. Esse combustível tem como principal vantagem a redução das emissões de gases causadores do efeito estufa. Isso acontece porque seu uso evita a emissão de metano (CH4) e outros poluentes que seriam liberados caso os resíduos orgânicos fossem simplesmente depositados em aterros.
A Hilux que vai para Agrishow foi apresentada pela primeira vez em outubro do ano passado no G20, encontro das 20 maiores economias do mundo que foi realizado em Foz do Iguaçu, no Paraná. Segundo a Toyota, o modelo “reforça o compromisso com a pesquisa e o desenvolvimento de novas tecnologias com o objetivo de acelerar a descarbonização da mobilidade com o uso de biocombustíveis”. A empresa não informou, no entanto, se há previsão de produção em larga escala da picape. Por enquanto, existe um mercado começando a se consolidar apenas na linha pesada, com ônibus e caminhões.
Biometano não é exatamente novidade em veículos leves e picapes
Embora no seu material de divulgação a Toyota diga que sua Hilux é a “primeira picape a biometano do Brasil”, não é bem assim. Ela pode ser a primeira a vir homologada de fábrica, mas já em 2015, a empresa Itaipu Binacional, hidrelétrica resultante de uma parceria entre Brasil e Paraguai e que tem investido em opções de energias limpas, usava modelos movidos ao biocombustível. Na época eles eram 36 unidades: 32 Fiat Sienas Tetrafuel (que já vinham de fábrica com o kit para gás veicular), três picapes Mitsubishi L200 Triton flex e um Chevrolet Cobalt flex. Esses quatro últimos foram adaptados em uma oficina certificada pela Agência Nacional do Petróleo (ANP).