A Renault realiza, entre os dias 5 e 9 de setembro, o Renault E-Tech, evento de divulgação da estratégia da montadora para investimento em veículos elétricos. Um dos principais atrativos é o lançamento oficial e início das vendas do Kwid E-Tech, versão 100% elétrica do compacto mais “barato” que a empresa comercializa no Brasil desde 2017.
Além disso, a Renault trouxe para exposição outros modelos que fazem parte da estratégia e também estarão disponíveis no Brasil: o Megane E-Tech, a van Master E-Tech e o Kangoo E-Tech . “Os três veículos chegarão no primeiro semestre de 2023”, promete a fábrica. A pré-venda do Kwid E-Tech começou em abril e, de acordo com a Renault, o primeiro lote de 750 unidades se esgotou em apenas dois meses.
As notícias relacionadas a esses modelos não deixam de ser boas, mas é preciso lembrar que 750 unidades vendidas do Kwid E-Tech representam pouco diante dos números do mercado brasileiro, que no ano passado comercializou aproximadamente 2 milhões de veículos, entre carros e utilitários. De qualquer forma, o importante é começar as iniciativas para mudar o nosso cenário, diminuindo o protagonismo dos motores a combustão, e essa da Renault é louvável.
Com preço próximo de 150 mil reais (aproximadamente o dobro do seu “irmão” com motor a combustível), o Kwid E-Tech, pode ser carregado em uma tomada doméstica de 110 ou 220 volts, pesa 977 kg e tem autonomia de 298 quilômetros. De acordo com a Renault, o custo de um quilômetro rodado no modelo é de R$ 0,06, contra R$ 0,41 em um veículo térmico equivalente. Para compensar a diferença de preço entre as duas versões, considerando a economia de 35 centavos, o motorista do Kwid E-Tech precisa rodar cerca de 214 mil km com o carro.
O Megane E-Tech 100%, que de acordo com a Renault já está na casa das 30 mil encomendadas, tem motor com 220 cv de potência e 30,6 kgfm de torque. Sua autonomia é de 450 quilômetros e em um carregador rápido é possível abastecer o suficiente para 100 quilômetros em oito minutos. Já a Kangoo E-Tech 100% elétrica tem motor de 120 cv e autonomia de até 300 km.
Estratégia E-Tech em debate
Além de falar dos seus carros, a Renault incluiu na programação do Renault E-Tech painéis com os principais executivos do Renault Group para falar de temas como descarbonização na indústria, sustentabilidade, diversidade e inclusão – todos eles, bastante associados com a ideia de transformação do mundo à qual a eletrificação automotiva costuma ser associada.
Outro assunto da programação do E-Tech é a marca Mobilize, do Renault Group. Dedicada às novas tendências de mobilidade, ela oferece serviços como financiamento, seguro, pagamentos, energia, manutenção e recondicionamento e tem foco em uma transição energética que o grupo alcance a neutralidade de carbono na Europa até 2040.
Com mais de 10 anos de experiência na concepção, desenvolvimento, fabricação e comercialização de veículos elétricos, a Renault diz ter mais de 450 mil veículos desse tipo circulando no mundo. Na Europa, a gama de veículos elétricos e híbridos representou 36% das vendas de automóveis no primeiro semestre deste ano.
Apesar de serem todos muito bem vindos ao país, os veículos 100% elétricos parecem estar em um futuro distante para nós. Você consegue imaginar, caro leitor, a possibilidade de que muitos consumidores paguem (muito) cara para comprar carros que não poderiam, por exemplo, fazer uma simples viagem para o interior com tranquilidade porque precisariam fazer várias paradas em busca de uma tomada para abastecer?
Ao que tudo indica, nosso caminho passa primeiro pelos híbridos, que oferecem a opção de rodar apenas com o motor a combustão quando não for possível contar com a eletricidade. De qualquer forma, como dissemos, iniciativas como o Renault E-Tech ajudam a trazer o debate sobre o futuro e, principalmente, trazem informações sobre a eletrificação automotiva em suas muitas vertentes.