O município do Eusébio, na Região Metropolitana de Fortaleza, ainda é famoso por ter muitas casas de áreas generosas. Por isso, muitos colecionadores de carros antigos que precisam de espaço para guardar seus modelos, moram por lá. Diante disso, nada mais justo que um clube de aficionados nascesse na cidade. Esse foi o pensamento que levou à criação do Eusébio Classic Car.
Segundo Arnóbio Tomaz, vice-presidente do Museu do Automóvel e um dos principais articuladores do novo clube, a iniciativa vem atender um desejo antigo dos colecionadores que moram no Eusébio. “Eu mesmo sou um morador do município”, destacou ele, na festa de inauguração realizada – não por acaso – na Casa de José de Alencar, espaço que fica nas margens da continuação da avenida Washington Soares, a meio caminho entre Fortaleza e o Eusébio.
No evento de inauguração, já era possível ter ideia do sucesso: de acordo com Arnóbio Tomaz, cerca de 80 colecionadores já haviam confirmado presença. Entre eles, membros de entidades como o Museu do Automóvel e clubes do Fusca do Opala e do Puma, entre outros. Dácio Prata, primeiro vice-presidente do Eusébio Classic Car, comemorou a iniciativa e explicou a grande adesão. “Temos muitos clubes em Fortaleza, e o Eusébio é carente de atividades de colecionadores”, disse.
Uma característica interessante do novo clube é que ele tem, entre seus objetivos, destacar os modelos antigos que eram montados ou fabricados no Brasil. Tanto que seu símbolo é o Simca Chambord, um carro que viveu anos de glamour na década de 1960 (veja texto sobre o veículo). Para promover os veículos, encontros mensais (com exposição) serão realizados no shopping center Eusébio Open Mall. Será no terceiro sábado do mês, respeitando o calendário de eventos de colecionadores já definidos (o primeiro sábado é do Museu do Automóvel e o segundo, do Flashback).
Outra atividade programada para o clube é um roteiro de viagens periódicas para cidades como Sobral e Guaramiranga, no Ceará, e Mossoró, no Rio Grande do Norte. Arnóbio Tomaz destacou que a meta é divulgar que o Estado é uma terra de aficionados por antigomodelismo. “Temos o quarto maior acervo do Brasil. Só estamos atrás de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais”, lembrou.
Saiba mais sobre o Simca Chambord
Veículo conhecido pela suspensão macia, direção leve e muitos detalhes de conforto, o Simca Chambord começou a ser comercializado no Brasil no fim da década de 1950, com os componentes importados da França e montados no País. Com o tempo, ele foi sendo modificado para se adaptar as nossas condições (um expediente conhecido como “tropicalização”). Na primeira versão, o modelo trazia um motor de 2.351 cc que desenvolvia 84 cavalos. As versões seguintes foram ficando mais potentes e, em 1966, ele tinha 130 cavalos.
Seu pacote de acessórios incluía itens raros nos modelos da época: faróis de neblina, hodômetro parcial e retorno da alavanca do pisca. O câmbio era três marchas e ficava na coluna de direção. O modelo desfilou seu charme pelas ruas brasileiras até 1967. Desde esse ano, começou a escassear, restando poucos exemplares na mão de colecionadores.