A visita feita nesta sexta-feira, dia 18, do CEO Carlos Tavares e de diretores da Stellantis (grupo que engloba marcas de montadoras como Fiat, Jeep, Peugeot e Citroën) à fábrica de Porto Real, no Rio de Janeiro, marcou o início da produção em série do novo Citroën C3. Segundo a empresa, o modelo será o primeiro de uma família de três veículos projetados para os consumidores do Brasil e demais países da América do Sul.
O modelo foi desenvolvido na região e contou com o trabalho de uma equipe de profissionais do Brasil, da Argentina e da França. “Com muita versatilidade e personalidade, o Novo C3 chegará em breve aos mercados brasileiro e sul-americano com atributos muito atraentes, como uma excelente altura livre do solo e uma posição alta para o motorista, além do conforto característico da Citroën e um dos melhores espaços internos do segmento. Sua concepção foi cuidadosamente pensada para oferecer um veículo com muita qualidade, conectividade e, principalmente, um veículo acessível no segmento B-hatch” diz a Stellantis, sem economizar nos adjetivos para o seu produto, como é de praxe.
Segundo Antonio Filosa, presidente da Stellantis na América do Sul, o novo C3 é um dos mais importantes lançamentos, dentro da estratégia da empresa para a região. O modelo inaugura, na fábrica de Porto Real (unidade que produz carros da Peugeot e da Citroën), uma variante da plataforma CMP (Common Modular Platform). A plataforma modular, explica a Stellantis, consiste em conjunto formado por piso, chassi e sistemas de propulsão e arquitetura básica para instalações elétricas e eletrônicas. Ele representa cerca de 60% do custo dos materiais do automóvel, e usar uma plataforma comum a vários modelos traz mais eficiência no processo de produção e menos custos.
C3 e outros modelos trazem investimento de R$ 220 milhões
A plataforma CMP é a base para os veículos dos segmentos B e C dos carros da Peugeot e da Citroën. Para quem não conhece essa classificação, o segmento abrange modelos cujas medidas exteriores estão entre 3,6 e os 3,9 metros de comprimento, como os hatches compactos. Já o segmento C engloba aqueles com medidas 4 e 4,3 metros, como Honda Civic, Toyota Corolla, BMW Série 1 e Mercedes-Benz Classe A.
A fábrica de Porto Real passou por mudanças para receber a nova plataforma e contou com investimentos de mais de R$ 220 milhões. Entre as evoluções aplicadas podem ser citadas a instalação de novos robôs e um “processo flexível que permitirá a produção do novo Citroën C3 e ainda favorecerá os atuais modelos fabricados na unidade”, diz a Stellantis.
Por fim, a empresa informou que a variante da plataforma CMP será a base do projeto C-Cubed, um conjunto de três novos veículos previstos para o mercado sulamericano. Resta saber se os modelos serão apenas fabricados no Brasil para exportação ou para vendas também por aqui, já que a Citroën, hoje, só comercializa no mercado nacional o C4 no segmento de carros de passeio.
Na vizinha Argentina, por exemplo, o portfólio do site oficial tem cinco opções: C3, C4 Cactus, C4 Lounge, C5 Aircross e Berlingo. Esse detalhe evidencia uma trajetória um tanto errática da Citroën no Brasil. Já tivemos por aqui um bom momento para o C3 e para a minivan Picasso. Depois foi a vez do Aircross, mas o fato é que a montadora hoje não tem mais a mesma representatividade. Pode ser que o novo C3 seja o início de um retorno aos tempos mais áureos da marca. Resta esperar. A Stellantis não informou a chegada do carro às concessionárias, limitando-se a dizer que será “em breve”. Mas como a produção já começou, dá para estimar que será ainda em 2022.