Nivus – Caro leitor, você já reparou que carros super esportivos com o Porsche 911, e modelos da Ferrari e da Lamborghini têm em comum, entre alguns detalhes, um vidro traseiro extremamente rebaixado, quase na horizontal? Essa inclinação não é à toa. Tem como principal objetivo melhorar a aerodinâmica do carro, diminuindo o atrito com o ar. Dá-se a esse tipo de veículo o nome de cupê. O termo vem, originalmente, de carruagens francesas que eram diminuídas ou cortadas (em francês, coupé) para ter apenas um banco.
No automobilismo, os cupês geralmente são esses modelos esportivos que têm apenas os bancos dianteiros. E como eles também trazem o vidro traseiro mais inclinado, o termo é usado para outros tipos que têm esse rebaixamento. É o caso do Volkswagen Nivus, SUV que tivemos oportunidade de dirigir por alguns dias.
Um dos principais atributos de um cupê, como dissemos, é a melhor aerodinâmica graças à traseira rebaixada. No test-drive, o Nivus se mostrou um veículo com firmeza satisfatória no chão, mesmo sendo SUV – tipo de modelo que se destaca pela altura maior do solo e o tamanho mais generoso, o que pode causar menos estabilidade.
Se a Volkswagen tem o modelo em seu portfólio e com praticamente o mesmo preço do “irmão” T-Cross (que tem o formato mais parecido com o convencional dos SUVs, com vidro traseiro mais próximo da posição vertical), certamente ela quer oferecer um opção para os consumidores que gostam dessa esportividade e até de acelerar de um pouco mais na estrada com uma sensação extra de segurança. Vale lembrar que antes da chegada do Tera, essa era a faixa de SUVs de entrada da Volkswagen.
Não sabemos dizer se é mesmo o design do cupê, que não é muito frequente nas ruas, ou se era a cor do modelo que guiamos, de um azul bem vivo e chamativo (um oásis no deserto de carros pretos, cinzas e brancos que temos hoje), mas o fato é que o carro sempre atraía olhares. Um fenômeno interessante, considerando que o Nivus já está no mercado desde 2020.
A versão fornecida pela Volkswagen foi a Highline, anterior à topo de linha GTS 250. Dos recursos instalados no modelo, certamente os mais interessantes eram o assistente de permanência na faixa (com base nas listas no asfalto, ele se mantém no traçado da estrada mesmo em curvas) e o piloto automático adaptativo (aumenta ou diminui a velocidade de acordo com o carro que está à frente). Ambos são opcionais no Highline e incluem o pacote tecnológico de opcionais.
Em ambos os recursos, a Volkswagen toma o cuidado de não permitir que o carro assuma completamente o controle. Caso o motorista passe muito tempo sem as mãos no volante ou não pise no freio quando o carro à frente pára, avisos sonoros e no painel são emitidos para chamar a atenção. Mesmo assim, esse tipo de recurso, principalmente para quem percorre grandes trajetos, diariamente (como este jornalista), essa é uma comodidade que faz a diferença, ao longo dos dias.
Geralmente esses recursos de assistência à condução que envolvem o uso de inteligência artificial estavam mais presentes em modelos premium ou nas versões mais sofisticadas dos modelos mais caros do portfólio das montadoras. E com o Nivus não é diferente. No entanto, é importante saber que um carro na casa dos R$ 170 mil traz esse tipo de tecnologia. Não podemos perder a esperança de que ela chegue, pelo menos em médio prazo, a versões e modelos mais baratos.
Sobre o sistema de propulsão, o motor era um 200 TSI. Trata-se de um 1.0 três cilindros que segue a filosofia de equilibrar o melhor desempenho possível com baixo consumo de combustível. E vale ressaltar esse aspecto: em trechos de estrada, o computador de bordo registrou o patamar de aproximadamente 14 km por litro. Na cidade, se o motorista não pisar forte, o carro tem um desempenho mais tranquilo. Mas havendo espaço para acelerar, o sistema turbo entra em ação e o carro joga as costas contra o banco. Para quem gosta do universo do automobilismo mais raiz, a sensação é bem prazerosa.
Nivus é para quem gosta de mais diversão ao dirigir
Como dissemos, o Nivus está no portfólio da Volkswagen junto com o T-Cross, sendo ambos em uma faixa de preço muito similar. Com altura menor que o T-Cross, o que lhe proporciona um centro de gravidade mais baixo (aumentando ainda mais a esportividade), o Nivus, realmente, é para quem busca um carro mais divertido para dirigir e com design mais diferenciado. Por outro lado, ele tem um entre-eixos 10 cm menor que o do T-Cross. Ou seja, este último oferece mais conforto no banco de trás, o que pode agradar mais quem tem família para transportar.
O fato é que eles estão entre os 20 primeiros no ranking de emplacamentos da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), o que mostra bom desempenho dos dois modelos. Falando especificamente do gosto deste jornalista, a opção certamente seria o Nivus.