Um design atraente que lembra muito o Golf, opções de motores que vão desde um 1.0 aspirado a um 1.0 turbo com 200 cavalos, e quatro versões com diferença considerável de preço entre a mais barata e a mais cara. O Novo Polo é um carro que deve mexer com a linha de modelos compactos da Volkswagen, porque oferece tecnologia, beleza, espaço interno e uma versatilidade que pode atrair até clientes do Gol quanto do Fox.
Não por acaso, o veículo foi apresentado em um evento grandioso, em que a montadora reuniu centenas de pessoas, entre jornalistas e influenciadores digitais, para anunciar que ele representa um marco da sua nova estratégia. Ela inclui, entre os objetivos, o lançamento de 20 novos produtos e a busca pela primeira colocação em vendas na América Latina até 2025.
Uma das promessas do Novo Polo é oferecer desempenho com baixo consumo de combustível. Para isso, o desenvolvimento do carro teve como foco combater um dos principais desafios da indústria automobilística, que é o fato do motor dedicar boa parte do seu esforço para movimentar o peso do próprio carro e não das pessoas que ele está levando.
No caso do Novo Polo, o percentual de participação do peso do carro no consumo de combustível é de 25%. Para isso, a montadora investiu no uso do alumínio em alguns componentes, como o bloco e o cabeçote do motor. O resultado das inovações é que, em relação à geração anterior, o modelo é 16 cm mais comprido, 10 cm mais largo e mesmo assim ficou 44 kg mais leve.
Ainda nessa filosofia de “menos é mais”, duas das quatro versões do carro, a Comfortline e a Highline, são equipadas com o motor TSI de 200 cavalos, combinado com uma transmissão automática de 6 marchas. Com apenas três cilindros e menor volume, ele é um exemplo da tendência atual de busca por bom desempenho sem gastar muito combustível. Mesmo voando baixo (como pudemos comprovar em um test-drive, que descreveremos logo abaixo), ele tem como números de consumo 11,6 km por litro na cidade e 14,1 na estrada.
Falando das versões e suas características, a de entrada traz motor 1.0 aspirado (sem turbo) de 84 cavalos com câmbio manual de cinco marchas e vem de série com direção com assistência elétrica, ar condicionado, vidros elétricos nas quatro portas (os dianteiros possuem função “um-toque” para fechamento e abertura), travas elétricas, faróis de dupla parábola e chave tipo “canivete” com controle remoto, quatro air bags, controle de tração, ajuste de altura para o banco do motorista e sistema de som com Bluetooth.
Aqui, vale ressaltar que é provável que até muitos possíveis consumidores do Gol se encantem mais com o Novo Polo. Afinal, pelo menos no Ceará ninguém vai comprar um carro sem ar condicionado. E a diferença de preço entre um Gol equipado com o acessório, mais o sistema de som, e o Polo de entrada, que já vem com ambos os itens de série por R$ 49.990,00, pode não ser tão grande para o bolso do comprador.
A versão, posterior, a MSI, traz os mesmos itens da anterior, mas com motor 1.6 de até 117 cv e torque máximo de 162 Nm (16,5 kgfm), também combinado à transmissão manual de 5 marchas. O preço é R$ 54.990,00.
A próxima é a Comfortline, com preço de R$ 65.190,00, que inclui os itens da anterior e vem equipada com banco traseiro bipartido, coluna de direção ajustável em altura e distância, Controle Eletrônico de Estabilidade (ESC), faróis de neblina com “cornering light”, rodas de liga leve de 15” “Viper” com pneus 185/65 R15, sensores de estacionamento traseiros, ajuste elétrico dos retrovisores externos, descanso de braço dianteiro com porta-objetos, lanternas traseiras escurecidas e volante multifuncional, entre outros recursos. O sistema de som também é diferente em relação ao MSI: infotainment Composition Touch com tela de 6,5” sensível ao toque.
A versão topo de linha Highline, que tem como preço R$ 69.190,00, soma aos itens de série da Comfortline os seguintes recursos: sistema “Kessy” de abertura das portas sem uso da chave e partida do motor por botão no console central, controlador automático de velocidade de cruzeiro, ar condicionado digital, banco do passageiro dianteiro rebatível, descanso de braço dianteiro com porta-objetos e 2 portas USB para carregamento, porta-luvas refrigerado, faróis de neblina com função “cornering light” (luz de conversão estática), luz de condução diurna (DRL) em LED ao lado dos faróis de neblina, rodas de liga leve com pneus 195/55 R16, sobretapetes e volante multifuncional revestido de couro com “shift paddles” e detalhes em preto brilhante na cabine.
Active Info Display presente no Novo Polo
Opcional na versão topo de linha Higline, o quadro de instrumentos totalmente digital é um recurso presente em modelos da Audi, que também pertence ao grupo do Volkswagen, e aparece como opcional pela primeira vez em um carro da marca com o lançamento do Novo Polo. Vem junto com rodas de liga leve de 17 polegadas e custa R$ 5.990,00 (segundo a Volkswagen, está com preço promocional de lançamento por R$ 4.500).
Nele, as informações de navegação podem ser mostradas em 2D ou 3D, em uma tela de 10,25 polegadas, do tamanho de um tablet. As informações sobre as funções de condução, de navegação e de assistência podem ser integradas em áreas gráficas do velocímetro e conta-giros, conforme necessário.
Test-drive do Novo Polo
No evento de lançamento, estavam disponíveis duas versões de motores para teste, o 1.6 e o 1.0 TSI (não haviam modelos com o motor 1.0 sem turbo). Tivemos de oportunidade de andar na estrada por cerca de duas horas como o Highline 1.0 TSI com câmbio automático. As primeiras boas impressões do modelo foram em relação ao design do interior e à dirigibilidade.
Falando do primeiro quesito, a Volkswagen é uma montadora tradicionalmente conservadora em relação à aparência de painéis, consoles e texturas, principalmente em seus modelos compactos. Mas o Novo Polo que guiamos chamou a atenção pelo conjunto harmonioso, com destaque para o sistema multimídia. Aqui, vale também destacar a beleza do equipamento do Discover Media com tela de 8 polegadas (opcional para a versão Highline que estava presente no carro guiado) e a sensibilidade da tela touchscreen, bem próxima da que encontramos nos smartphones.
Em relação à dirigibilidade, o Novo Polo agradou em relação à posição do motorista, ao conforto da suspensão e ao baixo nível de ruído interno. Nas estradas do interior de São Paulo, onde o guiamos, há trechos em que é permitido andar a 120 km por hora. Mesmo nessa velocidade, era possível conversar dentro do carro sem elevar a voz (com os vidros fechados) porque tanto a rodagem dos pneus quanto o motor não incomodam muito.
O motor 1.0 TSI tem bom desempenho tanto nas arrancadas quanto nas ultrapassagens. Considerando o baixo nível de ruído que constatamos no test-drive e a promessa de baixo consumo de combustível, é, sem dúvida, um dos pontos altos do Novo Polo.
Considerando todos os fatores, o Novo Polo tem potencial para animar o mercado dos compactos que têm ficado cada vez mais “Premium”, como o relativamente recente Fiat Argo, o líder de vendas Chevrolet Ônix e o forte concorrente Hyundai HB20. E, como dissemos, também pode fazer os próprios consumidores de algumas versões do Gol e do Fox mudarem de ideia. Por isso, ficou a expectativa para saber o que vai acontecer com esses modelos em um futuro próximo.
Segurança foi destaque no lançamento
No segundo dia de apresentação do Novo Polo, a Volkswagen anunciou que o modelo acabara de receber cinco estrelas para proteção de adultos e crianças em batidas frontais e laterais na avaliação do Latin NCap, entidade que analisa o comportamento dos veículos em colisões. A segurança foi um dos itens destacados no evento. Resumimos aqui alguns dos componentes do veículo (nem todos são de série nas quatro versões).
– XDS+ (bloqueio eletrônico do diferencial), que aumenta a agilidade do carro e diminui a necessidade de movimentação do volante por meio de intervenções seletivas nos freios das rodas internas às curvas nos dois eixos e permitindo uma transferência do torque disponível do motor para as rodas externas.
– BSW (Bremsscheibewischer – Limpeza Automática dos Discos de Freio), que mantém secos os discos de freio, em situações de chuva.
– RKA+ (Monitoramento da pressão dos pneus)
– Sistema de Frenagem Automática Pós-Colisão, que aciona automaticamente os freios do veículo quando ele se envolve em uma batida, para reduzir a energia cinética residual.
– Detector de fadiga, que analisa a forma como o motorista dirige e compara com os 15 primeiros minutos de direção. Caso detecte um desvio no comportamento ao volante, o equipamento emite um alerta.
– Todas as versões são equipadas com M-ABS, que inclui o sistema de freios antitravamento ABS e outros recursos de segurança, como o EBD (distribuição eletrônica das forças de frenagem), o TC (Controle de Tração), que tem a função de reduzir o escorregamento das rodas durante a aceleração ou quando o veículo começa a destracionar, e o ESS (Emergency Stop Signal ou Sinal de Frenagem de Emergência), que funciona como um alerta para evitar colisões traseiras.
– HBA (Hydraulic Brake Assist system) – reconhece a frenagem de emergência por meio da velocidade de acionamento e da pressão aplicada no pedal. O BAS aumenta ativamente a pressão de freio, que é então modulada pela intervenção do ABS.
– EDS (Elektronische Differenzialsperre ou Bloqueio eletrônico do diferencial) – Em trilhas ou em situação de baixa tração em uma das rodas motrizes, o bloqueio eletrônico do diferencial aciona o freio da roda com menor tração, transferindo o torque para a roda com maior tração, proporcionando assim melhor eficiência à saída do veículo.
– GMA (Giermomentaufbauverzögerung ou Controle do Momento de Giro), que diminui a possibilidade de giro do veículo em piso com diferentes níveis de atrito.