Sustentabilidade: veja materiais reciclados ou reaproveitáveis presentes nos veículos

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Vistos como vilões do meio ambiente, os carros estão mudando para se adaptar às exigências cada vez maiores por sustentabilidade através de máquinas que poluam menos e diminuam o uso dos recursos naturais. Procuramos, entre algumas das principais montadoras que atuam no Brasil, que materiais têm sido usados para substituir o aço e os derivados de petróleo encontrados em vários componentes.

O uso mais frequente é o do Polietileno Tereftalato, o famoso PET, um polímero bastante polêmico porque é usado nas garrafas de dois litros de refrigerante e com frequência é visto poluindo rios e oceanos. A aplicação deste material em tecidos não é exclusiva da indústria automobilística, na verdade essa é uma das suas aplicações. O que as montadoras destacam, no entanto, é que o PET usado por elas vem da reciclagem. Veja as informações que obtivemos.

Volskwagen
A empresa desenvolveu tecidos à base de PET reciclado para revestir bancos e portas nos seus veículos. Segundo ela, a garantia de sustentabilidade é garantida através da tecnologia que “protege o meio ambiente, ao permitir que cada carro utilize quantidade de plástico equivalente a até 52 garrafas PET de 1,5 litro, sendo cerca de 44 garrafas para o tecido que revestirá bancos e o restante para o das portas”.

Além disso, a Volkswagen do Brasil afirma ter sido a primeira fabricante de automóveis a trabalhar com a fibra de Curauá, que é usada na cobertura do porta-malas do Fox desde 2004. Nativa da Floresta Amazônica, a Curauá, segundo a montadora, é reciclável e proporciona às peças de veículos um acabamento resistente, de aspecto agradável e fácil higienização.

Ford
A sustentabilidade está no uso de garrafas PET para fazer revestimentos internos de carpete e tampas de garrafas para confecção de partes do painel, reaproveita caixas de baterias para fabricação do revestimento interno dos para-lamas e pedais e recicla garrafões plásticos para confecção de lanternas. Além disso, na sua linha de montagem, pneus e para-choques têm material proveniente de similares usados dos mesmos componentes vindos de carros velhos

Fiat – Chrysler
Um dos materiais renováveis usados pela montadora é o Ecomold (nome comercial para uma mistura de fibra de juta e polipropileno), presente no acabamento das portas do jipe Renegade. Além disso, segundo a Fiat-Chrysler, a sustentabilidade está no fato de que todos os veículos produzidos no Polo Automotivo Fiat, em Betim (MG), têm bancos feitos com 5% da espuma derivada de óleo de soja. Outro exemplo é uma madeira triturada com polipropileno que é usada nos painéis de porta e nas tampas do porta-malas em diversos modelos, como o Palio.

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O banco traseiro do Hyundai i30 usa uma fibra vegetal

Hyundai
Os modelos i30 e Elantra, importados da Coreia, possuem uma placa de fibra natural na parte traseira do banco traseiro. Esta fibra é derivada de uma planta asiática chamada Kenaf (Hibiscus Cannabinus), um arbusto de 2,5 a 3 metros bastante usado na indústria têxtil.

Renault
A montadora usa fibras de garrafas PET recicladas na fabricação do material que reveste internamente os seus veículos.

Audi
Um dos principais focos é tornar os carros mais leves e aumentar a facilidade de reciclagem dos seus componentes. Para isso, a montadora adota o uso do alumínio, que apresenta grande durabilidade e apresenta potencial de reaproveitamento praticamente ilimitado. De acordo com a Audi, por serem mais leves (dependendo da aplicação e do formato, o alumínio pode resultar em reduções de peso, por componente, entre 14 e 49%, em relação ao aço), os carros também emitem menos CO2, o que contribui para o meio ambiente. Um exemplo: com o uso do material, o Audi A3 teve seu peso reduzido em cerca de 80 kg.

Sustentabilidade na produção de água potável pelo ar condicionado

Um carro tem milhares de componentes. Por isso, há muito potencial para substituir os materiais mais presentes, como aço, ferro e plástico, por opções mais leves e até biodegradáveis. Mas a reciclagem de componentes é apenas uma das várias possibilidades nesse universo.

Os engenheiros Doug Martin e John Rollinger, por exemplo, através de um programa da Ford que incentiva seus empregados a pensar em inovação, criaram um projeto experimental para aplicação futura de um sistema que gera água potável no interior do veículo, aproveitando a condensação natural no sistema de ar condicionado. Veja o vídeo explicativo do sistema: www.youtube.com/watch?v=_hlrxlQwMI4

Segundo a empresa, seus funcionários descobriram que um carro pode produzir quase 2 litros de água por hora. No projeto, que foi chamado pelos autores de “On-The-Go H2O”, um dispositivo capta, filtra e armazena a água no carro para uso em uma torneira no console. Segundo a Ford, o equipamento pode significar menos paradas na estrada, menos garrafas plásticas no lixo e tem potencial para ajudar pessoas no trânsito ou em áreas de difícil acesso a água, mesmo em locais remotos. Como está na fase inicial de pesquisas, o projeto não tem data de implantação.

 

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