No meio das incertezas da economia brasileira, a Audi Center Fortaleza resolveu fazer uma aposta ousada: investir no segmento de carros de altíssimo luxo e desempenho da marca alemã. Seria uma espécie de “elite da elite”, considerando que a gama de carros da Audi já é destinada a clientes com condição de desembolsar pelo menos 100 mil reais por um automóvel.
A estratégia funcionou. Segundo André Morais, gerente geral da concessionária, mesmo em meio à grave crise econômica que o país atravessa, a empresa conseguiu obter bons resultados no primeiro semestre de 2016 e se destacar até na rede Audi nacional. Alguns números para ilustrar esse desempenho: André afirma que nada menos que quatro unidades do R8, um superesportivo na casa dos 900 mil reais, foram comercializadas no Estado. E o SUV Q7, que custa a partir de R$ 400 mil, encontrou 14 compradores.
“Fomos a concessionária que mais vendeu Q7 no Brasil, comemora André, destacando que esse desempenho possibilitou a abertura, na capital cearense, de uma revenda destinada apenas aos superesportivos e carros de altíssimo luxo. Apesar de ficar na mesma área da loja atual (cerca de 30% do espaço será destinado para este fim), a Audi Sport terá mobiliário e decoração específicos para destacar ainda mais os modelos. Esse é um projeto antigo da empresa, do qual já havíamos falado aqui, inclusive.
O processo da nova área também envolve treinamento de profissionais da oficina para atender com mais agilidade a manutenção de modelos que não economizam em tecnologia e precisam de muito conhecimento técnico. Só para dar um exemplo, o R8 é equipado com um motor de 550 cv que traz muitos recursos vindos diretamente da pistas de competição (veja galeria com informações sobre os principais superesportivos). André informa que a expectativa é de que o novo espaço fique pronto nos próximos dois meses.
Para chegar a esse resultado, a Audi Center Fortaleza fez uma aposta de alto risco, principalmente considerando o momento delicado da economia. Para ter os modelos em regime de pronta entrega, a empresa teve de bancar tudo com recursos próprios, assumindo a possibilidade de que eles não tivessem saída. Nesse caso, teria de mante-los em seu showroom, porque a devolução para a fábrica seria um processo bastante complicado.
O gerente geral da Audi Center acredita que a estratégia deu certo, entre outras razões, porque o apelo desse tipo de carro é basicamente emotivo. “Ter o carro aqui permite ao cliente sentir, ligar o motor e saber que se ele decidir comprar, aquele vai ser o carro dele”, explica. Se fosse pelo sistema tradicional, a compra seria com base em um catálogo e haveria uma espera de 10 a 15 dias para o modelo chegar a Fortaleza. Isso pode ser muito tempo para compradores de alto poder aquisitivo, acostumados com tratamento vip onde quer que cheguem para consumir.
Gama diversificada da Audi e novos investimentos
A forma ousada de atuação da Audi Center Fortaleza se traduz, além da revenda exclusiva dos esportivos na capital cearense, em números que se diferenciam da média da rede Audi nacional. Enquanto por aqui o sedan A3 e o SUV Q3, campeões de vendas em todo o Brasil, representam cerca de 60% da gama comercializada, o percentual sobe para 75% quando é considerado todo o conjunto, de aproximadamente 50 lojas.
“A diversificação da linha que nós fizemos, investindo em todos os modelos, aumentou a distribuição de vendas entre todos eles. Diminuiu a participação do A3 e do Q3, mas aumentou a de modelos de maior valor. Isso chama a atenção até dos representantes da fábrica, que comentam quando vêm ao Ceará”, afirma André.
E falando em ousadia, vale destacar que vêm mais investimentos por aí, a partir de 2017. Acreditando na recuperação da economia – e, principalmente, do otimismo do mercado – André ressalta que uma das ideias é aproveitar a capilaridade no Ceará do Grupo Linhares, ao qual a Audi Center Fortaleza pertence, para abrir revendas no interior do Estado, onde já existem modelos rodando em cidades como Juazeiro do Norte, Iguatu e Sobral.
“Ainda há um trabalho muito grande a ser feito em Fortaleza, mas há possibilidade, sim de abrir estruturas físicas em 2017 no interior”, afirma o executivo. Ele também não descarta a possibilidade, no próximo ano, de um Audi Driving Experience, evento no qual os clientes podem experimentar, com o auxílio de pilotos profissionais, tudo o que os superesportivos da marca podem fazer em uma pista de corridas.
“Estamos só esperando o lançamento de modelos como o RS6 Performance, o novo R8 e o TT RS no Salão do Automóvel de São Paulo (em novembro próximo), para começar a pensar no evento”, promete.