Drift: você sabe como essa manobra nasceu, na década de 1970?

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Quem é fã da mundialmente famosa série “Velozes e furiosos” com toda certeza vai lembrar de pelo menos uma cena em que os condutores fazem o carro rodar a traseira enquanto a fumaça sobe dos pneus queimando no asfalto. Essa manobra é chamada de drift e, curiosamente, sua origem não tem como referência pilotos estadunidenses ou europeus. Ela vem de outra potência automobilística: o Japão.

A manobra tem relação com dois nomes importantes para a história do automobilismo esportivo: o piloto Kunimitsu Takahashi e o carro Nissan Skyline, este último um dos ícones entre os modelos das pistas dos campeonatos japoneses de velocidade. Embora hoje o drift seja hoje uma manobra mais estética, com campeonatos específicos só para ele, ele nasceu a partir da solução encontrada por Takahashi para resolver um desafio que existia, na época, para os competidores.

Na década de 1970, quando não existiam os recursos tecnológicos como sensores, controles de estabilidade e tração e suspensão ativa, os carros eram guiados no braço, com a habilidade dos pilotos sendo posta à prova no limite. Nas curvas, para o carro não derrapar e sair do controle, a solução era fazer uma “derrapagem controlada”, deixando o veículo sair de traseira quando ele entrava na curva e segurando na direção para mantê-lo no traçado e não perder muita velocidade.

O piloto japonês foi um pouco além na demonstração de perícia. Ele já colocava o carro saindo de traseira antes de chegar na curva. O resultado visual da manobra levou a uma legião de admiradores do drift, e o resto é história até chegarmos nas cenas de “Velozes e furiosos” e em eventos como o Drift Masters European Championship, torneio que reúne pilotos de 20 países e é patrocinado pela empresa de bebidas Red Bull.

Drift é possível em qualquer carro, depende do braço do piloto

Segundo a Red Bull, inclusive, todos os carros são capazes de fazer o drift e vai depender muito da habilidade do piloto. Mas para o show ficar mais bonito, existem condições ideais. Modelos equipados com tração traseira são particularmente melhores, exatamente porque é nessa parte do carro que se concentra a derrapagem dos pneus.

Outro fator importante é o câmbio. Como a manobra é do tipo tradicional, ou seja, depende mais do braço do piloto do que dos recursos do carro, a troca de marchas manual é a mais indicada. Além disso, como o drift é uma manobra mais “raiz”, onde a habilidade do piloto conta mais do que a tecnologia, ele não usa recursos convencionais como freios ABS ou controle de tração. O principal motivo é que esses dois componentes atuam para reduzir efeitos como derrapagem dos pneus e saída de traseira – as principais razões para o drift ser tão impactante.

Por fim, os pneus, que acabam sendo o grande atrativo dos drifts, por causa da fumaça que levantam quando queimam no solo, também são diferentes. Eles são projetados para combinar aderência e deslizamento, garantindo ao mesmo tempo o show visual e a segurança do veículo.

Esses componentes também usam um composto borracha mais macio, diferente do usado em pneus convencionais, que são fabricados considerando fatores como aderência, longevidade e economia de combustível. Outra particularidade é na espessura da borracha. Enquanto um convencional tem uma camada de 6 a 9 milímetros, no pneu de drift ela está no patamar de 12 milímetros.

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