Se você acha cansativo pegar o seu carro moderno, com ar condicionado e suspensão cheia de tecnologia, para sair de Fortaleza e passar um feriadão em uma cidade próxima, imagine encarar a estrada durante seis dias e em carros antigos, fabricados há quase 40 anos. Foi isso que fizeram membros do Eusébio Classic Car, clube de antigomobilismo sediado no município de mesmo nome.
Eles saíram de Fortaleza em dois Chevrolet Opalas e uma picape Ford F-1000, todos produzidos na década de 1980, para participar do 4º Encontro Brasileiro de Autos Antigos, em Águas de Lindóia, cidade do interior do estado de São Paulo. Segundo Arnóbio Tomaz, presidente do Eusébio Classic Car e organizador do passeio, foram seis dias dirigindo, em uma jornada que começava quase de madrugada e ia até pouco antes do sol se por.
Engana-se no entanto, quem acha que a viagem com os carros antigos foi estressante ou cansativa. “Nós passamos por Minas Gerais e fomos parando em cidades históricas como Congonhas, Ouro Preto e Mariana e ainda passamos por Belo Horizonte”, afirma Arnóbio. Para não passar por nenhum sufoco causado por imprevistos, um carro de apoio foi acompanhando o cortejo.
Além de várias peças de reposição, o veículo levou mecânico e ferramentas. “Era uma oficina completa, pra gente não precisar de nada”, lembra Arnóbio. A robustez dos carro antigos, no entanto, se revelou na viagem e as panes que ocorreram foram simples, não demandando muito esforço para voltar para a estrada.
Realizado em uma área de 80 mil m², o Encontro Brasileiro de Autos Antigos reúne milhares de veículos e é um dos maiores eventos da América Latina na área de antigomobilismo. E nesse universo, vale ressaltar, a pequena caravana cearense fez bonito. “Ganhamos o troféu de participantes que percorreram a maior distância. E meu Opala recebeu o prêmio, entre mais de 90 modelos, por ser o que tinha mais componentes originais”, comemora Arnóbio.
Viagem em carros antigos é por (muito) prazer
Um detalhe interessante é que os dois Opalas tinham ar condicionado para enfrentar a dureza da viagem (que percorre um bom trecho de semiárido nordestino), mas a Ford F-1000 não era equipada com o acessório. Arnóbio, no entanto, diz que para viajantes apaixonados por modelos antigos isso é apenas um detalhe. “Eu mesmo já fiz uma viagem até a Argentina de ida e volta com minha família em uma Variant”, ressalta, se referindo ao modelo da Volkswagen que era derivado do Fusca e, além de não ter ar condicionado, era movido por um motor consideravelmente ruidoso.
Mas nessa última viagem, os motoristas optaram por um pouco mais de conforto: embarcaram os carros antigos em transportadoras e voltaram de avião. Mesmo assim, a alternativa teve sua dose de sacrifício. Foi preciso acrescentar aproximadamente 200 km até São Paulo, para despachar os veículos. Juntando tudo, Arnóbio garante que foram mais de 3.700 km percorridos.
E os viajantes do Eusébio Classic Car são incansáveis. Além dos pequenos passeios por áreas próximas a Fortaleza, que são frequentes, o clube planeja expedições para outros estados. “E já é certa a nossa participação, de novo, no encontro nacional, no próximo ano”, garante Arnóbio.
Apaixonados por carros antigos são bem vindos
Para quem se interessou pelo Eusébio Classic Car e suas atividades, Arnóbio informa que novos integrantes para o clube são aceitos sem burocracia. “Não é preciso nem ter carro antigo, basta gostar”, garante ele. Uma boa opção para iniciar essa participação pode ser a 1ª Convenção da Família Eusébio Classic, que será realizada entre os dias 9 e 11 de junho próximo no hotel Santuário das Águias, no Porto das Dunas.
O evento deverá reunir cerca de 60 duplas que irão confraternizar no hotel tendo os carros antigos como atração principal para as conversas e atividades. Mais informações sobre valores podem ser obtidas no telefone 9-9981-5000.