BYD já figura entre as 10 marcas que mais vendem no Brasil

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Criada em 1937, a japonesa Toyota levou mais de meio século para se tornar a marca automotiva que mais vende no mundo. Isso é um dado que reforça o quão impressionante é a ascensão da chinesa BYD. A montadora anunciou ter chegado à terceira posição no ranking mundial, desbancando, segundo ela própria, “marcas tradicionais de carros a combustão”. E esse é outro detalhe que chama a atenção: ela vende carros eletrificados, com uma tecnologia que ainda é muito recente e ainda desperta a desconfiança de muitos consumidores e profissionais do setor automotivo.

Ainda há dúvidas, por exemplo, em relação a segurança e durabilidade das baterias, o tempo de recarga segue sendo um desafio, em comparação com o que os carros a combustão precisam para encher um tanque. O custo de manutenção também é uma incógnita, principalmente nos países como o Brasil, com renda média baixa e preços altíssimos de carros e componentes. No entanto, mais de 3,8 milhões de modelos eletrificados da BYD foram vendidos, entre elétricos e híbridos.

Como a BYD reconhece, cinco anos antes, em 2019, ela figurava apenas na 49ª posição do ranking global de vendas. Além de entrar no pódio de vendas mundial em meio a gigantes com muitas décadas de atuação, a marca também registrou 4,5% de market share no cenário mundial, um aumento de 41,6% em relação a 2023. Entre as 10 marcas que lideram, sete delas apresentaram queda ou estagnação nas vendas e no market share.

No Brasil, os feitos também merecem ser lembrados. No fechamento dos números de veículos emplacados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), a BYD já ficou entre as 10 marcas mais vendidas do mercado nacional. O sedan média King, um híbrido plug-in recém-chegado por aqui, ficou em terceiro lugar na sua categoria. E este ano, figura no segundo lugar, passando o Nissan Sentra.

BYD destaca crescimento de mais de 300%

Foram emplacados 76.711 veículos da montadora, cerca de 58 mil a mais do que em 2013, o que significa um crescimento de mais de 328%. “Resultado de uma linha de excelentes produtos aliada a um preço competitivo, entregando para os brasileiros aquilo que era uma demanda represada há décadas: carros confortáveis, econômicos, bem construídos, com alto nível de sofisticação e tecnologia embarcada, tornando acessíveis itens que eram encontrados apenas em carros de luxo de valores muito elevados”, diz a BYD.

Já vivemos, por aqui, algumas febres de montadoras com ascensão significativa, pela promessa de modelos mais robustos e acessíveis (como a russa Lada, na década de 1990, logo após a abertura do Brasil a produtos importados), ou pelo investimento pesado em marketing (quem lembra das propagandas do apresentador Fausto Silva para reverenciar a também chinesa Jac Motors?). Por isso, essa “explosão” de vendas da BYD em tão pouco tempo desperta logo a curiosidade sobre a duração desse sucesso.

O fato é que já podemos ver motoristas de Uber dizendo que o compacto Dolphin, modelo que é 100% elétrico, já é mais vantajoso para eles do que modelos equivalentes em tamanho e com motor a combustão. Além disso, os híbridos plug-in como o King e o SUV Song seduzem pela possibilidade de rodar tanto com um motor tradicional quanto com uma bateria recarregável com tomada externa, reunindo (pelo menos em tese, já que é uma tecnologia muito nova) o melhor dos dois mundos.

Há mais de 10 anos no Brasil, a BYD começou a investir mais na venda em larga escala de elétricos e híbridos apenas a partir de 2023, com a chegada do compacto Dolhpin. No ano passado, ela deu início à construção do Complexo de Camaçari, na Bahia (aproveitando a estrutura deixada pela Ford). Segundo a montadora chinesa, ele irá abrigar o seu “maior complexo fabril fora da Ásia”.

Independentemente de qualquer prognóstico, difícil de fazer nesse momento, o fato é que não dá mais para ignorar a sua presença no nosso mercado – seja por consumidores, profissionais do setor automotivo (indústrias de autopeças, centros de serviços, mecânicos ou, principalmente, as outras montadoras. O futuro do Brasil passa, necessariamente, pelos eletrificados chineses? Fica a pergunta no ar.

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