Volvo XC70: conheça a tecnologia do carro elétrico com autonomia estendida

Volvo XC70

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Volvo XC70 – Em um país de infraestrutura deficiente de recarga de veículos elétricos como o Brasil, as montadoras estão se desdobrando para trazer modelos com grande autonomia, que garanta viagens longas (entre diferentes cidades, por exemplo), sem necessidade de muitos reabastecimentos. Muito se tem falado nos híbridos que têm motor a combustão como o principal e o elétrico como auxiliar. Mas começa a ficar mais conhecida outra alternativa que faz o contrário: o carro é movimentado somente por propulsão elétrica, mas é colocado um motor pequeno a combustão apenas para recarregar as baterias.

É o tipo de sistema chamado de autonomia estendida. E o mais surpreendente é que a Volvo, marca sueca que havia divulgado a meta de abolir motores que queimam combustível até 2030 (já abandonada, diante das dificuldades de infraestrutura que também existem no mundo desenvolvido, embora menores que as do Brasil) anunciar o XC70, seu primeiro automóvel equipado com o recurso.

A sigla para este tipo de carro é REEV (Range-Extended Electric Vehicle, veículo elétrico de autonomia estendida em português). Embora já tenha recebido a depreciativa nomenclatura de “elétrico sujo”, por causa do consumo de gasolina, ele apresenta números bem mais sustentáveis que um modelo a combustão comum ou até os híbridos plug-in tradicionais. Enquanto estes últimos conseguem fazer, no máximo, algo como 30 km por litro, um REEV pode alcançar 200 km com a mesma quantidade de combustível.

O novo SUV médio Volvo XC70 é o primeiro híbrido plug-in com autonomia estendida da Volvo Cars. Ele oferece uma autonomia elétrica pura (distância que ele pode percorrer com uma única carga da bateria) de até 200 quilômetros, “tornando-se o híbrido plug-in com maior autonomia da Volvo Cars até o momento”, diz a empresa.

Volvo XC70 foi projetado para o maior mercado de eletrificados do mundo

O carro foi projetado para atender à demanda por híbridos plug-in com autonomia estendida na China, país onde essa tecnologia já usada em vários modelos, e estará disponível para encomenda ainda em 2025. A Volvo disse que estará “explorando potenciais mercados adicionais posteriormente”, mas não informou quando nem quais seriam esses mercados.

“O Volvo XC70 marca nossa entrada no segmento de híbridos plug-in com autonomia estendida, uma ponte perfeita para a eletrificação completa”, afirma Håkan Samuelsson, presidente e diretor executivo da Volvo Cars. “Isso nos permite manter e desenvolver um portfólio de produtos equilibrado, ao mesmo tempo em que oferecemos uma alternativa atraente para clientes que ainda não estão prontos para carros totalmente elétricos. Este também é um exemplo de regionalização, onde nos adaptamos às necessidades do mercado local”, afirma ele,

A promessa da fábrica, em relação ao modelo, é que com sua autonomia elétrica estendida e recursos de carregamento rápido, é que ele permita a maioria das viagens diárias sem emissões de gases de escape e a um custo menor, enquanto o motor de combustão oferece flexibilidade para trajetos mais longos. Curiosa e inexplicavelmente, a Volvo não divulgou a autonomia total do carro, considerando o consumo elétrico e o uso de todo o combustível pelo motor para cargas baterias.

Em uma pesquisa feita em sites brasileiros e internacionais, encontramos algo como 800 km de autonomia total para o novo Volvo XC70. Isso daria capacidade para uma viagem entre Fortaleza (CE) e Recife (PE) sem precisar de tomada externa nem de combustível para o motor de recarga. Outra informação sonegada no material de divulgação diz respeito ao motor a combustão que será usado, ao consumo e às emissões de poluentes dele quando está funcionando para fazer a recarga.

Independentemente dessas informações, no entanto, o importante é que iniciativas como essa, de lançamento do Volvo XC70, dão a certeza de que o futuro da mobilidade deverá ser composto por várias alternativas, tanto em relação aos sistemas de propulsão quanto aos métodos e fontes de reabastecimento. Pelo menos até a indústria resolver de vez o desafio de carga rápida e segura e a reciclagem das baterias.

 

 

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