Sustentabilidade: você já ouviu falar nos carros que soltam água do escapamento?

Compartilhe:

Durante séculos os motores a combustão têm reinado no mercado automotivo, fazendo a festa dos países produtores de petróleo e das indústrias que processam o mineral. No entanto, a busca por veículos menos poluentes, associada à constatação de que é preciso encontrar alternativas para a grande dependência que ainda temos dos combustíveis fósseis, tem levado as montadoras a pesquisar novas alternativas de motores.

Já falamos, aqui em Auto Blog Ceará, sobre os carros híbridos e elétricos. E já fizemos matéria sobre o test-drive com o Toyota Prius. Agora vamos abordar outra opção que está em pleno desenvolvimento: os veículos movidos a hidrogênio. Ainda mais caros e restritos que os 100% elétricos e os híbridos, eles começam a aparecer no mercado.

Antes de falar nos exemplos já existentes, vamos explicar como funciona o processamento do hidrogênio para a produção de energia. Gás altamente inflamável, ele pode ser usado na combustão, de forma similar à dos combustíveis fósseis, com a vantagem que o produto da queima é apenas água, ao invés de gases tóxicos. Essa alternativa, entretanto, tem sido evitada exatamente pela alta inflamabilidade do hidrogênio, que torna o controle do processo bastante arriscado.

Como alternativa, as indústrias têm investido na combinação com o oxigênio através de uma reação química. Ela gera energia elétrica que será usada pelo motor – o que faz de todo carro a hidrogênio, em sua essência, um veículo elétrico. Para isso, o hidrogênio é armazenado em tanques na forma gasosa. Já o oxigênio é captado do ar, da mesma forma que acontece nos motores a combustão. O resultado do processo também é somente água.

Mirai
Toyota Mirai

Algumas montadoras já comercializam seus modelos a hidrogênio nos países desenvolvidos. Nos Estados Unidos, por exemplo, estão disponíveis modelos como o Toyota Mirai e o Tucson Fuel Cell. O primeiro, de acordo com o site oficial, pode ser comprado por 57.500 dólares (algo como 230 mil reais, considerando o dólar a R$ 4,00). Já o Tucson americano a hidrogênio é negociado somente através de leasing, com 3 mil dólares de entrada e parcelas de US$ 500,00.

Além desses exemplos, praticamente todas as grandes montadoras têm seus projetos, ainda que na fase de carro-conceito. A japonesa Mazda, por exemplo, mantém em seu site (no endereço www.mazda.com/en/innovation/technology/env/hre/) referência a seus estudos com veículos a hidrogênio. Um deles é o RX-8, que ilustra a foto principal desta matéria.

Como vantagens, os veículos a hidrogênio são silenciosos e não poluentes. Além disso, a tecnologia desenvolvida pelas montadoras permite a carga rápida dos tanques (apenas 3 a 5 minutos) através da pressurização do gás. E a autonomia já é considerável: o Mirai, por exemplo, roda aproximadamente 500 km com uma carga. Mas ainda há muitos desafios a serem enfrentados.

Tucson
O Tucson americano, semelhante ao nosso ix35, tem uma versão a hidrogênio

Um deles é o fato do hidrogênio não ser um gás encontrado sozinho na atmosfera. Ele está sempre combinado com outros elementos, e sua separação demanda um processo químico que gasta energia e tem custos. Outro problema é a existência de poucas estações de abastecimento, que vai exigir investimentos por parte dos produtores do gás. O Tucson a hidrogênio, por exemplo, está sendo comercializado apenas em algumas áreas da Califórnia, estado norte-americano que tem uma política de incentivo para veículos movidos ao elemento químico.

 

Compartilhe:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Mais conteúdo para você

Relacionados

vítimas de acidentes

O uso dos animais no tratamento de vítimas de acidentes

Há alguns séculos, a tração animal deixou de ser o principal recurso para a mobilidade humana. Mas curiosamente, os bichos seguem fazendo parte do universo automotivo – mas desta vez para ajudar vítimas de acidentes, que tiveram algum tipo de ferimento e precisam de reabilitação física e emocional. A 20ª edição da Reatech (Feira Internacional de Inclusão, Acessibilidade e Reabilitação), que será realizada entre 6 e 8 de novembro em São Paulo, vai reunir especialistas de todo o Brasil para discutir, segundo os organizadores do evento, “o poder transformador dos tratamentos assistidos por animais”. Organizada em parceria com o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), a feira traz duas formações ligadas ao

modelos híbridos

Quase 50% preferem modelos híbridos, aponta pesquisa Webmotors

Modelos híbridos – O sonho é não depender mais das variações da gasolina e ter um carro menos poluente e mais silencioso. Mas enquanto ainda há desconfiança em relação à durabilidade das baterias e ao crescimento da infraestrutura de recarga, os consumidores, pelo menos por enquanto, está preferindo os carros que trazem propulsão dupla – motor a combustível e motor elétrico. É o que aponta pesquisa do portal Webmotors Autoinsights  com mais de 1,3 mil respostas colhidas em abril deste anos para compreender o perfil do público interessado por veículos eletrificados.  O levantamento foi feito na base de usuários da plataforma, que hoje é uma das maiores do Brasil no

Oroch

Oroch, picape da Renault, foi habilitada para ser táxi

Oroch – Ainda não é comum vermos nas ruas e talvez muita gente não saiba, mas desde o ano passado várias cidades brasileiras autorizaram o uso de picapes como veículos para táxi. A mudança, no entanto, depende do interesse das montadoras para disponibilizar seus modelos nesse tipo de uso. O anúncio mais recente foi o da Renault para a Oroch, picape derivada do SUV Duster. Além de ser mais uma opção para os motoristas desse serviço, essa disponibilidade pode incrementar as vendas do modelo, que hoje ocupa a 7ª posição, em total de emplacamentos das chamadas picapes grandes, do ranking divulgado pela Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).

BYD chega a 150 mil carros vendidos no Brasil – e quer crescer muito mais

BYD – Ao mesmo tempo em que trabalha com cifras bilionárias e produtos com alto valor agregado, a indústria automobilística é uma atividade de muito risco. O investimento em um carro, a despeito de todos os cuidados que venham a ser tomados, pode não dar o retorno que a montadora esperava. E exemplos existem: no Brasil temos modelos como o Chevrolet Sonic, o Hyundai Veloster e o Nissan Tiida. Por isso, uma investida feroz como a da chinesa BYD, que chegou em um país continental e com pouca infraestrutura de recarga, como o Brasil, anunciando um portfólio cuja vedete era o uso de motores elétricos (puros ou combinados com sistemas

Assine

Recebe novidades e ofertas de nossos parceiros na integra em seu e-mail